Auto-Hemoterapia, solução para
saúde em tempos caóticos
Evaristo da Veiga
Na antiga Grécia, via-se inscrita no
frontispício do Oráculo de Apolo, em Delfos: “CONHEÇA-TE A TI MESMO”.
Efetivamente, o referencial básico de todo trabalho verdadeiro de
natureza espiritual se situa no interior, no “dentro”, e não no mundo
externo. Os chamados Mestres Espirituais chegam mesmo a afirmar que o
que acontece conosco no mundo externo nada mais é do que o reflexo de
nossa própria realidade interior: equilibre-se o interno e externo se
equilibrará também...
Equilíbrio é efetivamente uma palavra chave
para o entendimento de nossa condição de seres humanos , em busca da
felicidade. A quebra do equilíbrio, latu sensu, leva à doença.
Curar-se é tornar-se sadio, são, santo... Por isso, no passado, a
Medicina era considerada Arte Sagrada, Teurgia ou Magia Teúrgica.
Hipócrates era herdeiro desta realidade, hoje quase esquecida. Ao invés
de tratar sintomas e agir apenas paliativamente, sem a visão do todo
humano, a Medicina Sagrada se baseava em propiciar estímulos para que o
próprio paciente cure a si mesmo, utilizando suas próprias forças
curativas internas, de acordo com o fenômeno que a ciência médica
conhece como homeostase. Segundo esse modo de pensar, não existem
doenças, mas sim doentes...
Nestes termos, a medicina de hoje é um mero
arremedo desse antigo conhecimento, que apresentava a Medicina como uma
Arte Sagrada, e, portanto, indissociável da Filosofia. Mas, tal como
aconteceu com a pura Filosofia de Platão, baseada nos ensinamentos da
Gupta-Vidya (“Sabedoria Sagrada”) oriental, reduzida com o tempo a uma
mera filosofia da matéria sob a visão aristotélica, a Medicina do grande
Hipócrates também materializou-se sob a visão de Galeno.
Hoje, colhemos os frutos desse processo de
desvirtuamento. A Filosofia (literalmente amor=filo pela
sabedoria=Sofia) perdeu-se em sistemas particularistas e a Medicina
divorciou-se completamente do fenômeno unitário humano e da necessidade
de equilíbrio global do Homem, como condição primordial para a saúde,
especializando-se em partes estanques, deixando-se ser regida pela
ganância financeira. O paciente passou para o último plano, pois o
referencial básico passou o do lucro argentário: terá melhor atendimento
médico quem puder pagar os melhores remédios e os planos de saúde mais
caros. Hoje compramos remédios de maneira paliativa, para neutralizar
apenas sintomas, e não para atingir as causas reais dos problemas que
nos afligem.
No início do século XX surge um recurso
terapêutico simples e de baixo custo, porém extremamente eficaz, a
AUTO-HEMOTERAPIA (AHT), que consiste basicamente na retirada de uma
pequena quantidade (5, 10 ou 20 ml) de sangue de uma veia e sua imediata
aplicação no músculo, o que estimula o sistema imunológico, para que
este possa realizar o trabalho de reequilíbrio, propiciando a cura. Como
tal, embora num nível meramente físico (afora o papel transcendente do
sangue na constituição oculta do ser humano), a AHT se insere
perfeitamente na condição de buscar a cura no “dentro” e não no externo.
Maravilha das maravilhas! Cada um leva consigo seu próprio remédio!
Como já foi comprovado em pesquisas
particulares, a reinjeção do sangue extraído do paciente nele mesmo
causa um aumento dos macrófagos, que são as células sangüíneas que fazem
a "limpeza" de tudo o que é prejudicial no organismo, eliminando
bactérias, vírus, as células cancerosas, etc. Esse aumento da produção
de macrófagos pela medula óssea (de 5% para 22%) se deve ao fato de que
o sangue injetado no músculo funciona como um "corpo estranho" a ser
rejeitado pelo Sistema Retículo Endotelial – SER (hoje conhecido como
Sistema Monocítico Fagocitário – SMF), o que faz com que o nível
imunológico se eleve, permanecendo ativado durante 5 dias, após os quais
o percentual de macrófagos vai decaindo até o sétimo dia, retornando
finalmente aos 5%. De acordo com o Dr. Ricardo Veronesi, eminente
autoridade brasileira em Imunologia, o Sistema Imunológico atua através
dos macrófagos, que além de fagocitar os organismos estranhos e
antígenos, propiciando a cura de alergias, fazem também a função de
clearance, isto é, liberam substâncias que dissolvem fibrinas que
formam os coágulos ou trombos obstrutivos das artérias, melhorando a
circulação e prevenindo os acidentes vasculares, além de atuar na
biotransformação e excreção do colesterol e eliminação de proteínas
desnaturadas (anormais), prevenindo o aparecimento do câncer.
Com esse aumento no nível imunológico,
inúmeras doenças, inclusive as graves como as auto-imunes, regridem
rapidamente, proporcionando o restabelecimento da saúde. Ademais, a AHT
não representa, entretanto, nenhum risco para o paciente e não produz
efeitos colaterais.
Em 1911, o
médico F. Ravaut usou, ao que parece pela primeira vez, a
auto-hemoterapia em certos casos de asma, urticária e estados
anafiláticos. Mas, foi o Professor Jésse Teixeira que provou que o
Sistema Monocítico Fagocitário – SMF (antigamente conhecido como Sistema
Retículo-Endotelial – SER) era ativado pela auto-hemoterapia em seu
trabalho publicado e premiado em 1940 no número de março da Revista
“Brasil-Cirúrgico”. O Dr. Jésse Teixeira provocou a formação de uma
bolha na coxa de pacientes, com cantárida, uma substancia irritante. Fez
a contagem dos macrófagos antes da auto-hemoterapia, a cifra foi de 5%.
Após a auto-hemoterapia a cifra subiu a partir da 1ª hora chegando após
8 horas a 22%. Manteve-se em 22% durante 5 dias e finalmente declinou
para 5% no 7º dia após a aplicação. Os macrófagos são as células
sangüíneas que fazem a "limpeza" de tudo o que é prejudicial no
organismo, eliminando bactérias, vírus, as células cancerosas, etc. Esse
aumento da produção de macrófagos pela medula óssea se deve ao fato de
que o sangue injetado no músculo funciona como um "corpo estranho" a ser
rejeitado pelo SMF, o que faz com que o nível imunológico se eleve. O
Professor Jésse Teixeira deixou registrado, em 1940, que em 150
cirurgias as mais variadas, em que os pacientes foram submetidos à AHT,
houve 0% de complicações infecciosas pós-operatórias.
Em 1941, durante a guerra, a AHT foi usada
em diversas situações para tratar contingentes populacionais privados do
acesso a tratamentos convencionais. O extenso trabalho do Dr. S.H.
Shakman, “Autohemotherapy Reference Guide and Historical Review” fornece
detalhada descrição de tais eventos.
Efetivamente, nos anos 40 e 50 a AHT era
mais conhecida e utilizada do que nos tempos atuais. O Dr. Pedro Moura,
autoridade em cirurgia geral, a utilizava sistematicamente em seus
pacientes, especialmente antes de cirurgias, para que eles pudessem
enfrentar o trauma da operação e a ambiente hospitalar com o sistema
imunológico fortalecido. Naquela época, era seu filho, o Dr. Luiz Moura,
quem aplicava a AHT nos pacientes de seu pai. Hoje é justamente o Dr.
Luiz Moura, com 83 anos de idade e respeitáveis 58 anos de profissão
médica, o maior divulgador da AHT, tendo recentemente produzido um DVD
que foi visto, segundo estimativas, por mais de 20 milhões de pessoas.
Isso fez com que a prática da AHT sofresse um aumento em escala
exponencial. E os milhares de relatos de sucesso, alguns deles
emocionados, na consecução da cura, após o uso da AHT, comprovam a plena
eficácia da técnica.
Por ser uma terapia de baixíssimo custo,
alta eficácia e largo espectro de atuação, a AHT tem tudo para ser vista
pela indústria farmacêutica como uma ameaça ao lucrativo negócio da
venda de remédios. Por isso, a AHT tem sido combatida pela grande mídia
e pelos Conselhos de Medicina, os quais emitiram recente deliberação,
proibindo os médicos de receitá-la. Entretanto, verifica-se que até o
presente momento não houve qualquer denúncia contra a AHT que venha a
justificar esta medida por parte dos órgãos oficiais da Medicina
brasileira. Enquanto isso, em países como México e Argentina, a prática
da AHT é uma terapêutica reconhecida oficialmente. Na Europa e Estados
Unidos já se pratica a Auto-Hemoterapia com ozônio, que é uma das
variantes da AHT, através da qual retira-se o sangue, adiciona-se O3
e se o reinjeta. O ozônio possui atividade antiviral direta, bem como
contra as bactérias e os fungos.
O único argumento oficial contra a prática
da AHT é apenas o de que é um procedimento não reconhecido
cientificamente. Ora, de que serve o “reconhecimento científico” se a
cura é atingida? Como afirma o Dr. Moura em seu DVD:
“Medicina é a arte de curar. Eu só tenho um
único compromisso com meus pacientes: aliviar o sofrimento e, quando
possível, curar. Por isso que não respeito os padrões chamados
científicos. Para mim o que comprova qualquer coisa é o efeito do
tratamento. Se ele produz benefícios para o paciente é um tratamento
científico, mesmo que não saibamos qual o mecanismo de ação deste
tratamento. Eu uso recursos - sejam quais forem - para beneficiar os
pacientes, para que tenham alívio do sofrimento e, se possível, a cura.”
Por outro lado, seria altamente desejável
que a AHT fosse reconhecida pelo corpo científico, pois isso permitiria
que os médicos pudessem passar receitá-la, auferindo um grande
incremento na consecução da cura para um grande espectro de doenças.
Para tal, entretanto, é necessária a realização de pesquisas, as quais
demandam consideráveis aportes financeiros. Aguardemos o aparecimento de
organismos dispostos a investir na pesquisa científica da AHT, a
despeito das pressões dos interesses da indústria farmacêutica. Por
outro lado, o valor desta terapêutica tem sido plenamente comprovado de
maneira empírica por aqueles que a utilizam.
O reconhecimento oficial da AHT abriria
caminho para que ela possa ser levada, primordialmente, à grande
população carente de nosso país, que não tem posses para comprar
remédios, e que muitas vezes morre desassistida. Quando este grande
contingente populacional se der conta de que a cura de seus males pode
estar dentro de si mesmo e o “remédio” não custa quase nada, atingiremos
um novo patamar nos níveis de saúde em nosso país.
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Bibliografia:
·
Medeiros, Walter – A Notícia que
ninguém publicou – in Observatório da Imprensa (http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=466FDS006)
·
Moura, Luiz – Transcrição do
Vídeo sobre Auto-Hemoterapia
·
Shakman, S.H. –
Auto-Hemotherapy Reference Guide and Historical Review –
Institute of Science – 1996
·
Teixeira, Jesse – Complicações
Pulmonares Pré-Operatórias – in Revista Brasil Cirúrgico –
março de 1940, vol. II no.3
·
Veronesi, Ricardo – Imunoterapia,
o Impacto Médico do Século – in Medicina de Hoje, março de
1976
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