“Um profissional idôneo, com anos de
experiência, humanista, que dedicou toda uma
vida ao sacerdócio da Medicina."
Esta a definição dada ao Dr. Luiz Moura, 85 anos, pelo Senador Eduardo
Suplicy (PT/SP). Poderia ser um elogio a
mais, não fosse o local aonde a declaração
foi cravada:
o Ofício n.º 00990/2010, de 5
de agosto corrente, destinado ao Senhor
Presidente Roberto Luiz dÁvila, do
Conselho Federal de Medicina – CFM, entidade que
marcou para o próximo dia 13 o julgamento de
um processo ético contra aquela mesma
pessoa, por ter gravado um DVD sobre a
auto-hemoterapia – técnica que aumenta a
imunidade do organismo e cura doenças com o
uso do sangue da própria pessoa.
Trata-se do terceiro ofício que o senador paulista
envia ao CFM. Nos anteriores o CFM enviou
respostas insatisfatórias, conforme afirma o
senador. Diz o novo ofício que “Diante do
posicionamento desse Conselho acerca da auto
hemoterapia, reitero, respeitosamente, o
pedido de considerável número de cidadãos
que defendem tal prática, no sentido de
responder às dúvidas restantes acerca da
terapia em questão, conforme anexos”.
Acrescenta que “Encaminho, ainda, uma
amostra das mensagens que me chegam
diariamente em defesa do Dr. Luiz Moura, às
quais hipoteco meu apoio, por tratar-se de
um profissional idôneo, com anos de
experiência, humanista, que dedicou toda uma
vida ao sacerdócio da Medicina”.
“Diante
do acima exposto, submeto novamente o
assunto a sua análise, na esperança de que
possa prestar informações que subsidiem
resposta aos interessados” – afirma ainda o
senador, que enviou ofícios sobre o assunto
também ao Ministro da Saúde e ao Presidente
da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Ele pede “especial atenção” ao
presidente da ANVISA para “questionamentos
(de cidadãos defensores da auto-hemoterapia)
que consideram não sanados nas respostas
prestadas pelo CFM”.
O senador afirma que
“não obstante a Nota Técnica n.º 1, de 13 de
abril de 2007, publicada por essa Agência,
relato a existência de considerável número
de pessoas interessadas em pesquisas sobre a
técnica em questão, razão pela qual submeto
a sua análise as dúvidas restantes,
elaboradas a partir da resposta daquele
Conselho sobre a auto-hemoterapia, visando à
prestação de informações que subsidiem
resposta aos interessados”.
Para o Ministro da Saúde, Eduardo Suplicy encaminha
documentação que contém correspondências
expedidas pelo seu gabinete parlamentar ao
Conselho Federal de Medicina, acerca da
prática da auto-hemoterapia, para a qual
pede também “especial atenção”. E diz que
“Na oportunidade encaminho, ainda, mensagens
que me foram enviadas por cidadãos que
defendem tal prática, com questionamentos
que consideram não sanados nas respostas
prestadas pelo CFM”.
E conclui: “Relato,
portanto, a existência de considerável
número de pessoas interessadas em pesquisas
sobre a técnica em questão, razão pela qual
submeto a sua análise as dúvidas que ainda
permanecem, elaboradas a partir da resposta
daquele Conselho sobre a auto-hemoterapia,
visando à prestação de informações que
subsidiem resposta aos interessados”.
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